Monday, July 25, 2005

Fazer polémica por desporto

Honestamente, cada vez mais tenho a sensação que as gentes do nosso arquipélago gostam de criar polémicas para seu puro entretenimento.

Esta irónica observação vem a propósito da polémica surgida há alguns meses atrás, acerca de algumas obras de renovação efectuadas no ilhéu de Vila Franca de Campo, nomeadamente um caminho de cimento que abrange o interior do rochedo e possibilita um acesso mais simples (em minha opinião) pelo local. Contudo, essas obras foram alvo de variadas críticas, sendo que a mais popular foi "não respeita o meio ambiente". O caso chegou mesmo a ir à barra do tribunal.

Bem... vejamos esta foto:

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Estará a construção assim tão "desconchavada"? Verdade se diga que já não ia ao ilhéu fazia alguns anos, mas recordo-me de que antes, caminhar por entre os rochedos tinha o seu grau de dificuldade... E vendo pela cara dos turistas, até devem achar que faz todo o sentido. A imensidão de beleza da natureza do ilhéu é superior a uma simples obra de cimento que em nada empobrece este nobre local do nosso turismo.

Assim se passa o tempo nesta terra de "brandos e inconformados costumes"...

Friday, July 22, 2005

Que falta de originalidade...

Hoje experimentei a nova Fanta Maracujá, que entrou no nosso mercado depois de uma campanha publicitária criativa (sim, aquela dos mupis muito engraçados, com fundo laranja-avermelhado, umas imagens etnográficas, etc.), para sentir por momentos que, em vez da dita novidade, tinha comprado uma Kima de maracujá, bebida fabricada pela nossa Melo Abreu.

Pois bem, é isso mesmo: o sabor das duas bebidas é praticamente idêntico. Se me pedissem para fazer um blind test dos dois produtos, garanto-vos que ficaria completamente "às aranhas" sobre qual é qual. Contudo, não posso deixar de frisar o esforço da Coca Cola Company em querer roubar a clientela de um produto considerado genuinamente regional. Estão sempre cheios de marketing, estes senhores.

Certeza tenho é de que vou estar atento às opiniões dos outros sobre "o novo sabor que já chegou", citando o slogan presente nas ruas da nossa cidade...

Sunday, July 10, 2005

Site recomendado — em prol da verdade...



Era Uma Vez um Arrastão, embora parecendo uma peça de jornalismo radical e acto de propaganda, levanta algumas questões inquietantes sobre a forma como os media nacionais lidam com os acontecimentos, ao mesmo tempo que defende que «nunca existiu um "arrastão" na praia de Carcavelos no dia 10 de Junho de 2005» e que «pretendeu-se criar um clima de medo e, por conseguinte, gerador de comportamentos racistas e xenófobos». Vejam o vídeo disponível nesse site e tirem as vossas conclusões.

Os Principais Males da Nossa Sociedade - Parte II

PARTE II: Religião — objecto de culto ou costume mundano?

Sem querer participar da filosofia rainha da nossa era, que é a de que "Deus morreu", sou um autêntico confessor dos efeitos nefastos que a actual gestão das religiões do mundo tem no bem-estar dos homens e respectivas sociedades. Assim, e antes de dar início à minha dissertação, é necessário constatar dois factos: a), as religiões, para funcionarem no seu pleno, devem ser encaradas como filosofias de vida, anteprojectos para construir um modelo de existência capaz de enfrentar as normais adversidades do nosso dia-a-dia, e b), a certeza de que as maiorias dos símbolos religiosos (templos, livros, etc.) foram elaboradas por homens, impregnando-os de todas as virtudes e defeitos inerentes à nossa espécie.

Passando do geral para o particular, e falando da religião católica (dominante na sociedade portuguesa e sobre a qual me encontro mais informando), considero que todas as suas manifestações são uma das causas que contribuem para a decadência do nosso país e do nosso povo. Senão, vejamos:
- os líderes religiosos e outros com com ordens sacras apregoam, amiúde, as parábolas do filho pródigo e da ovelha tresmalhada — contudo, se algum "fiel" se desviar do caminho traçado pela Igreja, seja por que razão for, ninguém mexe uma palha para o reintegrar no seu "rebanho";
- a constante teimosia em se misturar sagrado com paganismo leva a que, de forma errónea, se considere que ambos estão interligados, originando-se situações e/ou comportamentos negativos cuja base de justificação recai em motivos religiosos;
- o fanatismo católico consegue ser, em minha opinião, mais prejudicial que o fanatismo islâmico. Enquanto estes colocam bombas e fazem ataques suicidas com aviões, semeando terror e colhendo vidas inocentes por motivos mais políticos que religiosos*, os católicos são capazes de destruir psicologicamente, e invocando o nome de Deus e os dogmas da Igreja, as vidas daqueles que lhes são mais próximos;
- uma missa é considerada um acto de união, onde os homens de reunem com Deus, de modo a partilhar a sua fé e a sua alegria(?) por pertencerem a uma comunidade — no entanto, a eucaristia dominical, salvo raras excepções, são muito semelhantes a uma celebração fúnebre;
- a constatação, por vezes, que a Igreja enceta uma exploração desmedida da ignorância e dos medos das pessoas;
- e, do ponto de vista da investigação sobre o tema, Herbert Haag, no prefácio do seu livro A Igreja Católica Ainda Tem Futuro?, afirma que Cristo não fundou nem quis fundar uma igreja (pág. 9 da edição portuguesa). Deste modo, nenhum dos cargos e sacramentos da Igreja têm fundamentos "divinos", tendo sido criados após a morte de Jesus e por "homens comuns e mortais", podendo os mesmos alterar o seu número e disposição quando assim bem o entenderem, certos de que possuem a "Verdade".

* ao fazer esta afirmação, não pretendo louvar nem concordar com os actos levados a cabo por organizações terroristas islâmicas. Quero demonstrar, reforçar mesmo, a influência que uma religião pode ter nos homens e nos seus comportamentos.

Concluindo, não pretendo aclamar que se deva extinguir as igrejas ou os cargos religiosos. A solução que proponho é que se encare os ensinamentos da Bíblia, do Corão ou do Dalai Lama como guias para uma coexistência pacífica entre os homens. Se estes livros e estas personalidades sagradas têm, de facto, algum tipo de influência divina, então por que razão as religiões provocam comportamentos de conflito, de agressividade e de separação entre os que nelas intervêm e, até, naqueles que delas se afastam?

Thursday, July 07, 2005

Desventuras espaciais



No passado dia 4 do corrente mês, a comunidade científica regozijou-se pelo sucesso da missão Deep Impact, que conseguiu colocar uma sonda no cometa Tempel 1 de modo a estudar a composição química e geológica do astro, sendo possível aferir, por exemplo, os componentes primários da evolução do universo.
Embora sendo material de interesse, tudo não passa de uma mera curiosidade. Pensemos bem: o embate do Deep Impact no cometa custou à NASA e ao povo americano, no total, cerca de 330 milhões de dólares. Com as necessidades e dificuldades económicas que o nosso planeta enfrenta no panorama actual, qual o contributo que esta missão terá para as gerações futuras? Por outras palavras: caro leitor, em que é que tudo isto contribui para a minha, para a vossa e para a nossa felicidade?
Opiniões são bem-vindas...