Tuesday, March 07, 2006

Bizarria #13

O número 13 costuma estar imbuído de um certo tom de simbólico. Aqui, na lista de eventos bizarros do Diário, o algarismo fica reservado para o acontecimento mais recambolesco de que já ouvi.

Antes de mais, tenho de vos falar dos Stella Awards. Não se tratam de galardões atribuídos por alguma instituição; são, apenas, o registo dos casos levados a tribunal, nos EUA, que ultrapassam os limites de qualquer bom senso instituído pela Humanidade. O nome tem origem em Stella Liebeck, de 79 anos, que em 1992 processou (e ganhou!) o gigante McDonald's por se ter queimado em café derramado de um copo... do seu próprio copo. No fim, arrecadou 2.9 milhões de dólares por danos corporais.

Desde então, o nome "Stella" tem sido empregue em todos aqueles que procuram, de forma inacreditável, ridícula e, diga-se a bem da verdade, escandalosa, obter proveitos financeiros de situações deste género. Todos os anos, elabora-se a classificação dos processos judiciais mais estranhos levados a um juiz, durante o período de um ano. E o vencedor de 2005 é o responsável, sem sombra de dúvidas, pela história mais bizarra alguma vez narrada neste espaço.

Falo-vos de Christopher Roller, natural de Burnsville, no Minnesotta. Roller vive mistificado por ilusionistas profissionais. Quem não o é? Mas este indivíduo transporta essa fixação a níveis quase sobrenaturais. Roller exigiu, pela via contenciosa, que David Blaine e David Copperfield, dois dos mais conceituados artistas do meio, lhe revelem os segredos da profissão — se não o fizessem, seriam obrigados a pagar-lhe 10%, de modo vitalício, de todos os seus rendimentos, o que prefazia os montantes de 50 milhões para Copperfield e 2 milhões para Blaine. E como cereja no cimo do bolo: a base da acção judicial estava na afirmação, de Roller, de que os ilusionistas desafiam as leis da física e, por isso, estão a usar "poderes divinos" — e como Roller é Deus (segundo o próprio), eles estavam, "de alguma forma", a "roubar" esse poder da sua pessoa.

Moral da história: eis a prova viva de como existem pessoas que não têm mesmo NADA para fazer. O que vale é que até possuem algum talento, nomeadamente, a imaginação. Em prol da sanidade do planeta, os casos foram arquivados. Permaneceu o mito... perpetuado, entretanto, no site oficial de Christopher Roller, onde o mesmo se mostra ao Mundo. Uma experiência totalmente surreal...