Wednesday, March 15, 2006

Futebol de pequenos

Sou benfiquista e, para mim, hoje foi um dia tão tempestuoso como o clima que se instalou no arquipélago. A eliminação da Taça de Portugal, confirmada esta quarta-feira, frente ao Vitória de Guimarães em plena Luz, por 1-0, deixou patenteada (e reconheço-o com o maior dos à-vontades) a falta de inspiração na concretização, o deserto de ideiais tácticos da equipa da 2ª circular face a resultados adversos e uma inacreditável desconcentração defensiva que tem devassado o Sport Lisboa e Benfica esta época.

No entanto, não me sinto frustrado por mais este falhanço desportivo do meu clube favorito. "É futebol, a bola é redonda, acontece". Sinto-me desapontado, isso sim, pela consciencialização do quão pequenino é o nosso desporto-rei. Foi um encontro "mastigado", onde se aplicou um misto de futebol e boxe (acho que se inventassem uma modalidade deste género, Portugal seria o eterno campeão mundial...) e até foi possível vislumbrar dotes de representação num dos guarda-redes em campo. E embora não seja meu apanágio referir este tema na pós-discussão de uma partida de futebol, a arbitragem não destoa do cenário geral — as duas equipas foram constantemente prejudicadas, e mesmo que o Benfica tivesse saído vitorioso, continuaria a afirmá-lo.

É, sobretudo, por esta razão que gostaria de ver o "Glorioso" (ou outro clube português, diga-se de passagem) ir o mais longe possível na Liga dos Campeões. Apesar da improbabilidade de a qualificação acontecer frente ao todo-poderoso Barcelona, sempre me daria um gostinho especial ver uma equipa portuguesa a jogar contra jogadores de classe (e não actores), apreciar o confronto táctico entre treinadores (em vez da omnipresente desinspiração, ou do "defender com onze", que agora está muito em voga) e não correr o risco de ver um jogo perturbado por juízes de campo que nem merecem ocupar um lugar na Associação de Árbitros da Merdaleja...

Tenho dito.